Eu me lembro muito bem...

Praça Charles Müller, 1968

 

Eu me lembro, muito bem, quando, em 1968, meu pai com minha irmã mais nova na garupa, pilotando uma Gilera Giubileo 175 e eu com uma Leonette 05-3 marchas, começamos a frequentar, nas tardes de sábado e domingo, a praça Charles Müller, em frente ao estádio Paulo Machado de Carvalho, o “Pacaembú”, onde, reuniam-se muitos jovens motociclistas, em sua maioria, com suas novíssimas Honda 50, 65 e 90cc, parte deles circulando em volta do anel maior, no sentido anti-horário, e parte parados em volta de algum carrinho de sorvete.

Lembro de alguns deles, como o Douglas da Gilera, o Benê da Honda S65, o Mike da Honda C90, o Marcel da Honda C110 50cc, o Paulão da Honda S90, e outros cujos nomes me fogem à lembrança.

Nesta época, os menores de idade com 15 anos, podiam dirigir modelos de até 50cc, embora alguns circulassem ilegalmente com modelos maiores.

Quando por lá apareciam as Honda CB 125K2, era o delírio da moçada, porém quando chegavam as Ducati 250, com o tubo de escapamento direto tipo "megafone", os pórticos do estádio Paulo Machado de Carvalho até tremiam.

O frenesi do pessoal só era acalmado quando passavam por lá as "Lambrettas" amarela-e-pretas do DST (depois amarela-e-brancas do DET e DETRAN), normalmente dando uma "blitz" na documentação da moçada e, às vezes, recolhendo uma ou outra moto para o famigerado "Pátio do DST" depois, “Pátio do DETRAN”.

Aqueles anos de encontro na "Praça Charles Müler" ficaram na lembrança como uma época histórica, quando o nosso atual local mensal de encontro era uma das células, talvez a mais representativa, de motociclistas da nova geração, em São Paulo.

Marcos V. Pasini
Santos - SP
m.pasini@terra.com.br