Test Drive
YAMAHA DT250
1974

 

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por: Marcos V.Pasini


Yamaha DT 250 74 cedida para o teste pelo colecionador Flavio Abbud

A história das motocicletas Trail, da Yamaha, no Brasil, teve início em fins de1971, com a chegada das primeiras unidades do modelo AT1 125cc, DT1 250cc e RT1 360cc.
Me lembro de que, quando fui na loja do  Edgard Soares, comprar minha Yamaha 125 AS1 (Street), deparei com este, na época, novo conceito de motocicleta, no Brasil. Me lembro que era uma AT1-E 125cc branca, com o logotipo vermelho.
A pintura de tanque que lembrava a Yamaha 200 CS3E (um velho caso de amor platônico não resolvido) e...
PARTIDA ELÉTRICA !!!!
Quase abandonei a idéia da bicilíndrica AS1 para cair nas garras da linda Trail, que era uma novidade. 
Quase...
Comprei a Street !!!
Para concluir a história, em fevereiro de 72, acabei correndo em uma prova de Cross com a minha Street AS1 (vide em "matérias anteriores" : "Yamaha 125 AS1, a Odisséia de uma Street em 
uma prova de Cross").
Acho que deveria ter comprado aquela AT1-E do "Seu"Edgard...

A denominação DT, originariamente, pertencia sòmente às Yamaha Trail 250cc, conforme mostra a tabela abaixo:

cilindrada

utilização

n° sequencial

sistema de partida

D

T

1

F

250cc

trail

versão n°1

mecanica

Essa denominação perdurou exclusivamente nas Trail 250cc até 1973 com a DT3.
A partir de 1974 as Trail da Yamaha 125 e 250, comercializadas no Brasil, passaram a ser denominadas por DT, sendo abolido o número sequencial (1,2,3,...), e a indicação do sistema de partida (E ou F).

A DT250, foi importada no Brasil até a data da proibição das importações, em 1976, tendo sua produção continuada no Japão, e sendo exportada para outros países.


Yamaha DT 250 1975

A versão de competição, a Yamaha DT250MX, chegou ao Brasil na versão n° 3 (MX3), no final de 1972, tendo participado das competições de motocross, no Brasil, com a equipe de Fábrica, brilhantemente representada pela lendária dupla: Tucano / Denísio.


Yamaha DT250MX durante competição com Walter "Tucano" Barchi pilotando

A Yamaha DT250, assim como toda linha Trail da Yamaha, ficou sòzinha no mercado até o surgimento, em 1972, da Suzuki TS185 e posteriormente, em 1974, da Honda XL250 Motosport.

  
Suzuki TS185


Honda XL250 Motosport

Mesmo assim, a Linha Trail da Yamaha e, em especial, a DT250, sempre manteve posição de destaque no âmbito das Trails, no mercado nacional, por ter a Yamaha Motor do Brasil garantido sua importação e reposição de peças.

Como sua dirigibilidade era mais agressiva, em função de seu monocilíndrico 2T, o uso da DT250 em competições e em trilhas, era mais apreciado, em relação às recém importadas Honda XL250 Motosport.
Neste quisito, a Suzuki TS185 fazia frente às duas porém, o esquema de importação das Suzuki, na época, era mais modesto que o da Yamaha onde, esta, levava, também, vantagem.


Yamaha DT 250 1974

Dirigindo a DT250:

Logo, de cara, a ausência da partida elétrica é notadamente sentida...E como...
O pedal de partida é duro e sujeito a contra-golpes...
Ligar com os pés descalços, nem pensar...Tenho uma lembrança, de um episódio desses...

OK. 
Agora, devidamente calçado, com botas, de preferência (eu estava de sapatos, no dia do teste), podemos passar a acionar o mald..,quer dizer, o pedal de partida.
A resposta do motor é rápida, com uma marcha-lenta em rotação baixa, ouvindo-se o tum, tum, tum, compassado do monocilindrico 2T.


Dirigindo a DT250

O motor da DT, respondeu imediatamente, após quase 2 meses parada!!!
"Batida de Saia"? Quase nada...Esse motor está com um ruído mais do que normal.

Engatei a 1a. marcha, que entrou suavemente, saindo tranquilamente, rodando como se fosse nova...
Todas as marchas engataram suavemente, propiciando uma dirigibilidade muito gostosa.


motor monocilindrico 250cc com válvula de palheta (Torque-Induction)

O chassis tubular, em berço, e a sua, não tão macia, suspensão, proporcionam uma ciclística, segura para uso on / off-road, tanto em transito urbano como em rodovias, onde pode-se manter os 120Km/h com segurança.

Claro que não se pode obter o mesmo performance que o fornecido pelo chassis "Monoshock" ou "MonoCross", mas, dentro do que se tinha na época...'Tá muito bom!!!

Seus freios a tambor, com acionamento simplex, comportam-se satisfatoriamente para uso off-road e, com algumas restrições, para uso on-road. Afinal, sua inspiração é mais pra off que pra on !!!

Seus comandos de acelerador, embreagem e freios estão ergonometricamente bem distribuidos em seu largo guidon, estilo trail, com trave central.

Sua ergonomia é excelente para motociclistas e garupas com estatura média e peso em torno dos 1,70m e 70Kg.
Os retrovisores, com vidro convexo, estão posicionados de maneira satisfatória, fornecendo boa visibilidade traseira.

A chave de contacto, localiza-se entre os instrumentos, em local seguro e de fácil acesso.


Detalhe do painel

O painel é completo, com velocímetro, hodometro total e parcial, tacômetro e luzes de advertência.
Os instrumentos são pequenos e sem inclinação para tras, o que dificulta, um pouco, a visibilidade, em velocidade.


Detalhe da parte superior da DT250

O conjunto optico é satisfatório, com um bom farol, lanterna traseira e setas.

para acessar a FICHA TÉCNICA da Yamaha DT250 clique aqui

A motocicleta testada, tem uma história interessante, que é citada na página "Colecionadores - Flavio Abbud".

Conta o proprietário:

"Quando era funcionário da CSN (Cia.Siderurgica Nacional), em Volta Redonda, RJ, namorava, de longe, uma Yamaha DT250 1974, que tinha sido comprada "0Km" do Edgard Soares, em S.Paulo, para circular dentro da usina, que tinha um calçamento precário e acidentado, necessitando de uma fora-de-estrada para poder, nele, circular!!!
Uma vez por semana, ela saía da usina para levar o malote ao escritório. Era aí que eu a via fora do serviço de segurança interna.

Passado algum tempo, após a privatização, procurei saber o que tinha sido feito da moto pois me interessava comprá-la.
Ninguém sabia do seu paradeiro. Não constava nem no inventário da usina.

Por intermédio de um conhecido que assumira uma posição de relevo na companhia, consegui uma permissão para tentar localizá-la dentro da empresa.

Procurando de um almoxarifado a outro, consegui descobrir, por intermédio de um antigo funcionário, que havia, atrás de algumas bobinas, uma moto velha, com o para-lama dianteiro alto, jogada no tempo.

Pimba!!! Era ela!!!

Depois de conseguir autorização de compra, por intermédio do meu conhecido e do chefe dele, a documentação foi barrada pelo "chefe do chefe".
E agora, o que fazer ?

Meu conhecido, na CSN, disse-me que eu teria de participar do leilão oficial e tentar arrematar o lote de motos (mais velhas do que clássicas), onde ela seria agregada.

E assim procedi.

Chegado o dia do leilão, dei o 1°lance. Alguém retrucou. Caramba, essa não, pensei !
Dei o 3° lance, também retrucado pela mesma pessoa, a qual, até então, não tinha podido ver.

Aproveitando um intervalo para o leiloeiro tomar um café, percebi que o meu "adversário" no leilão, se tratava de um amigo e que, com certeza, não estaria interessado na DT250 por ela ser clássica...
Dito e feito. Conversei com ele e dividimos a caça. Eu ficaria com a DT e o amigo com o resto do lote.

E assim fizemos. Levei a DT "pra casa".


Filha e Mãe

Andar em uma Yamaha DT250 1974 após quase 30 anos, no estado em que se encontra essa moto, é simplesmente incrível.
Tratar essas raridades com o amor que dispensa o colecionador Flavio Abbud, é um exemplo a ser seguido, para que possamos conservar essas máquinas que permearam nossos sonhos de adolescente.

Parece que o tempo não passou...

 
Isso é incrível...


Se você quiser, faça seus comentários sobre essa matéria !

Comentários:


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Muito legal a matéria, adoro DT tenho uma 180 1986, e acho ela uma moto 10, melhor só uma 200r, agora essa só agora soube q existia, pensava q a 180 tinha vindo da tt, digo uma evoluçao da tt.

nome: Fernando
( fernandorezekandery@yahoo.com.br ) Terça Feira, 23 de Março de 2004, às 02:31:58


eu sei como e andar de dt250 e tambem de mx250 quem já teve uma ja mais se esquece

nome: fernando
( fox3mu297@hotmail.com ) Sexta Feira, 9 de Julho de 2004, às 19:53:34


Meu nome e Thiago e possuo uma DT 200 (1994), acho uma das melhores motos para quer quer aventura.

nome: Thiago
( thiagohf123@hotmail.com ) Sexta Feira, 11 de Março de 2005, às 12:18:55


Gostei muito da materia...Ganhei uma dessas em 1986 de herança, a reformei e acabei tendo de vender, mas uma coisa me intriga muito até hoje: Todas as outras DT250 que conheçi tinha o cabeçote com 4 prisioneiros, mas a minha tinha 6.E ela tambem nao tinha bobina de luz, que tive de adaptar de uma DT180.O chassi tbm era diferente, pois abaixo do tanque havia um tubo oco igual ao das 180, feito para receber um possivel amortecedor central.Aminha moto era 1974, prata, e havia sido emplacada em Mogi-Mirim-SP.Hoje ela se encontra com um dos mecanicos da RECAR motos, o Xico.

Seria a minha moto uma MX?

nome: Claudio
( snakesp@hotmail.com ) Terça Feira, 21 de Junho de 2005, às 21:07:08

Claudio
A MX derivada da DT250 74 tem o mesmo quadro com suspensão traseira bi-choque tradicional.
A sua deve ser um modelo mais novo...
Abçs
MP


Muito boa matéria sobre o modêlo e sua história.
Também tenho a sorte de possuir uma destas 100% original. É um bela e competente moto, excelente e moderna para a época. O difícil hoje é conseguir os pneus trail (desenho trial) originais desta moto. Caso saiba onde encontrá-los por favor me avise.

Parabéns e um grande abraço.

nome: Fernando Diem
( fdiem@hotmail.com ) Sábado, 17 de Dezembro de 2005, às 16:30:58


A DT É SHOW, AQUI EM ILHÉUS.trabalho no ramo e sou fissurado em dts,tenho uma 200r, e é uma maquina!!!!

nome: Douglas
( KRULL_KRULL@HOTMAIL.COM ) Segunda Feira, 12 de Junho de 2006, às 12:55:05


Como estas motos Trial são muito mais bonitas que as atuais. ainda vou comprar uma 1974. e o barulho do motor 2T o Sangue corre mais afinado na veia.

nome: mauricio carmona
(mauriciocarmona_@hotmail.com) Domingo, 8 de Outubro de 2006, às 12:28:34


Esta matéria  foi realmente muito boa, pois no meu pomto de vista a DT250 foi a melhor trail desta categoria, eu tive uma ano 73 e era muito boa e rapida apezar de ser meia gastadeira. Mas sou fá das yamahas, e ja tive uma DT 125 ano 75 com partida eletrica era muito bonita e boa, hoje tenho uma DT125 ano 74 6 volts mas estou pensando em comprar outra 250 dos anos 75,76 pois são as mais bonitas.

nome: carlos gean do nascimento silveira
(geannsilveira@ibest.com.br) Domingo, 3 de Junho de 2007, às 09:01:26


Voce conhece alguem que tenha uma parta vender tenho interesse, a sua motocicleta está um espetáculo, se quiser vender eu compro.

Parabens!!!

nome: Silvino
(silvino33@globo.com) Quinta Feira, 28 de Junho de 2007, às 23:46:45


Olá ! Parabens bela moto, sou admirador de motos antigas e quero rtestaurar minha primeira moto uma dt 125 ano 1975 você por gentileza saberia me informar onde posso encontrar peças. Grato

nome: Daniel de Sá
(ddsltda@gmail.com) Segunda Feira, 7 de Julho de 2008, às 22:46:32


Fui proprietário de uma DT 250, ano 74 e desta cor. Eu tinha 16 anos e andava com ela o dia todo. Aos sábados eu tirava farol, lanterna trazeira e demais acessórios e praticava motocross. Com esta moto eu disputei corridas, lado-a-lado (eu do lado de trás) com Nivanor Bernardo, Moronguinho e Beto Boetcher. Disputei provas também em Bragança Paulista, corridas promovidas pelo Percival Nascimento.

nome: Gilberto Sacilotti Jr.
(gilberto@segvap.com.br) Quarta Feira, 30 de Julho de 2008, às 17:36:05