Test Drive
HONDA VF500F
V-FOUR
1984

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Meu amigo Eládio da loja Troka&Troka em Santos, há pouco tempo fez uma aquisição que realmente me surpreendeu.

Certa manhã de sábado, quando costumo ir até a loja dele para andar com as clássicas e bater um papo com ele e com quem aparecer por lá, vi essa moto...

Era uma Honda VF500F 1984.


por: Marcos V. Pasini

Essa Honda VF500F que pedi ao Eládio para teste, é o único exemplar que ouvi falar no Brasil... Tenho visto outras V-Four, como a Sabre VF750, mas de 500cc, até então, somente em revistas...


 HONDA VF500F - V-Four 1984
 

As “V-Four” começaram a aparecer por aqui ainda na época das “vacas magras” em termos de novidades tecnológicas no Brasil.
Isso foi na primeira metade da década de 80, tipo 82...83...

Lembro de algumas “piratinhas” rodando em Sampa nessa época. Eram as VF750.

Foi uma mudança conceitual significativa em relação às quadricilíndricas de motor em linha, que equipavam os modelos da Honda que conhecíamos até então, tendo sido aplicados tanto no campeonato de moto-velocidade como nas motos de rua.

O motor:

O motor em “V” tem uma seqüência de explosão, em função da posição do ancoramento das bielas no virabrequim, que estimula o torque em rotações mais baixas sem prejudicar, no entanto, a potência máxima, se a alimentação (entenda-se carburadores e comando de válvulas) forem bem trabalhados. 

Nesse “V4” de 500cc, essa seqüencia “desiquilibrada” produz, também, um “ronco” levemente mais “áspero”, assemelhando-se a um bi-cilíndrico em linha, diferente das “Four” em linha, que, no caso das motos Honda produzidas em série até então, tinham uma distribuição do virabrequim da maneira (equilibrada) convencional 1-3-4-2, o que proporciona o ronco característico desses motores, mais “uníssono”, seja com escapamento 4x4 como com 4x1.

O torque aparece cedo mas os cilindros de 4 válvulas cada, gerenciados por dois comandos por cabeçote (DOHC) se encarregam em mandar a rotação para 12000rpm, garantindo uma potência máxima de 70hp @ 11500rpm.

A moto:

A moto é leve, “baixinha”, e estreita, lembrando a Kawa ER6n ou, “classicamente falando” uma RD350LC.

As pedaleiras levemente recuadas também  transferem a posição do piloto semelhante à ER6n, ou seja, “sport-conforto”. Mais confortáveis que na RD350LC.

O “look” da moto segue a tendência da época, como farol retangular, guidon bi-partido acima da mesa, torneirinha de combustível aparente na carenagem, carenagem integral, aro dianteiro de16”, suspensão mono-assistida na traseira, freios a disco, duplo na dianteira e simples na traseira, embreagem com acionamento hidráulico, e por aí vai.

A VF500F 1984 testada tem muitos ítens que tem o mesmo conceito da “nossa” CBX750, como o painel, comandos nas manoplas, escapes (4x2) com "cromo escuro" (semelhantes aos da CBX750 86), etc..

Era a tendência da fábrica, nessa época, que, com certeza fez um “carry-over”, para manter a sinergia de seus produtos.

Pilotando:

Muito leve e com uma ergonomia à prova de críticas pelos pilotos de estatura mediana (1,70m) considerando-se que se trata de um modelo com filosofia esportiva, dirigir a VF500F se torna algo extremamente prazeroso, confortável e seguro.

O piloto se sente realmente “à vontade” ao dar os “primeiros passos” com essa moto.

Tudo muito macio (afinal a embreagem tem comando hidráulico), a moto é bastante ágil e maleável nas ruas.

A rotação de potência máxima é alta (11500rpm), o que faz que o torque em baixa seja garantido com dificuldade pela filosofia do motor em “V”.

O “ronco”, sinceramente, me lembrou uma “CB400 Nacional”, que, aliás, acho muito agradável.

Essa 500cc com essa filosofia de motor me lembrou a arrancada da CB750K2 mas a primeira estica mais a marcha (CB750K2=8500rpm e VF500F=12000rpm) e deve ter uma velocidade final maior. Não testei...

A vibração do “V4” é sentida de leve no guidon. Não incomoda mas é mais áspera que na CB750K2, que é Four em linha.

Os freios, dentro do que eu pude utilizá-los dentro da cidade, se comportaram perfeitamente.

A suspensão é macia, sem duvida melhor que uma bi-choque convencional.

A moto tem linhas harmoniosas que a deixam com um visual agradável, sem exageros de estilo que por vezes deixam a moto “cansativa”.

Conclusão:

A Honda VF500F me agradou bastante nos quesitos de design, agilidade, leveza e segurança ao pilotar, ficando um pouco a dever pelo torque, mas não podemos nos esquecer que, apesar de ser um motor em “V” é uma 500cc DOHC que “vira” a 12000rpm...

Para quem gosta da “neo-clássicas” dos anos 80, este é um modelo que deve ser considerado na hora de mais uma aquisição.


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