Passo-a-Passo
HONDA SS125 A
1969

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por: Marcos V.Pasini
 mpasini@terra.com.br

Essa é a história de uma moto que, depois de eu ter, literalmente, desistido de restaurações, devido a dissabores por causa dos altos custos, e outros problemas, me fez repensar na minha paixão, por se tratar de "outro" caso antigo...
Não sei se é falta de "vergonha-na-cara" ou excesso de paixão pelas "pré-70"...

Mas, d
e toda forma, lá vou eu, de novo...


Objetivo

 

Em 1968, acompanhei a chegada das primeiras Honda CB125 K2.

Eram motocicletas com  motores bi-cilíndricos OHC de15hp e um cambio de 5 marchas, com um desempenho bem superior às motos européias de 160 e 175cc que preenchiam essa faixa de mercado, até então. 

Ela foi um grande sucesso mas, em 1968, não sei bem por que "cargas d’água", a "Cobri", responsável pela importação das motocicletas Honda, naquela época, resolveu importar o modelo SS125A no lugar da K2.  
As SS125 foram fabricadas de 1967 a 1969, anteriores ao modelo K mas, no Brasil, vieram somente na segunda metade de 1968.

Essa moto, apesar de uma configuração espartana com forte apelo esportivo, mesmo com motor bi-cilíndrico, era inferior em termos de performance e de equipamentos, como o conta-giros, que ela não tinha, um só carburador e cambio de 4 marchas !!!...


um carburador para alimentar os 2 cilindros


velocímetro com indicadores de troca das 4 marchas

Seu motor, de 13hp, não conseguia acompanhar o desempenho das K2 comercializadas anteriormente.

A turma “chiou” e, logo, a "Cobri" importou as CB125K3, com motor de 15hp com cilindros verticais e partida elétrica, devolvendo ao consumidor a performance das antigas K2.

As SS125, que vieram em pouquíssima quantidade, foram esquecidas pelo mercado, tendo sua comercialização prejudicada, em decorrência de sua inferioridade técnica em relação às “K”.

Não vejo um exemplar desses ha muitos anos, acredito que desde a primeira metade dos 70.

Eu gostei do apelo do estilo da SS apesar de sua baixa performance.
Ela tinha um layout mais clássico, dentro da família Honda, afinal começou a ser produzida em 1967...

Sua configuração espartana, sem cromados, tanque e para-lamas na cor cinza, quadro estampado no formato "T-Bone", etc.., davam um toque diferente na moto, contrastando com a exuberância de cromados de suas irmãs mais luxuosas.

Ela era muito charmosa, e fiquei fã dela...

Tenho ficado atento, esperando aparecer um modelo desses à venda, mas a busca não tem dado os resultados que esperava.

Creio, mesmo, que devam existir, apenas, alguns poucos exemplares dela, em condições de restauração, mas não tenho conhecimento disso.

Segunda feira, 10 de outubro de 2005:

No começo desse mês, nosso amigo internauta Ricardo Simões, de Ourinhos, SP, me passou um e-mail pedindo que nós o ajudássemos a identificar um "estranho" modelo de Honda 125 bi-cilíndrica, que um amigo seu estava vendendo...

Quando abri as fotos anexadas, lá estava ela !!! A SS125 !!!

Repiquei o e-mail explicando o que o Ricardo queria saber e me ofereci para comprá-la já que, pelo visto, essa moto não tinha nada a ver com a história dele.  
Mas ele me respondeu que tinha gostado da moto e ia ficar com ela ...
Um balde de água fria...
Paciência, né? Não se ganha sempre...

Mas o Ricardo me deu uma remota esperança de que, se ele fosse vendê-la, me daria prioridade...
Fiquei somente sonhando com a moto...  
E sonhei com ela diariamente... Parecia idéia-fixa...

Passados alguns dias, o Ricardo me manda um e-mail dizendo que me venderia a moto !
Caramba !!!
Liguei, imediatamente, para ele e acertamos o negócio.
Isso foi numa 6a.feira à noite.

Combinamos que o Ricardo me traria a moto, de Ourinhos à Santos, no domingo.
Passei o sábado com tanta ansiedade que nem percebi o tempo passar.
Acordei domingo logo que clareou.
Devia ser umas 5 e pouco.
Perdi o sono, só pensando na moto...
Às 6hs o Ricardo me liga dizendo que não poderia vir devido a problemas que o impediriam de viajar...
Outro balde de água fria...

Passado o momento de decepção, me lembrei que, afinal, já tinha comprado a moto e que era apenas um problema de lojística !!!

Decidi, então ir busca-la no fim-de-semana seguinte assim, daria tempo de acertar a documentação dela.
No mesmo domingo, à noite, o Ricardo me mandou as fotos dela, na carreta, pronta pra viajar.
Isso me “assanhou as lombrigas” novamente !!!!


Fotos captadas pelo Ricardo no sábado antes da vinda frustrada para Santos

Essa semana foi de trocas de e-mail para deixar tudo pronto para o fim de semana seguinte.
Mandei os cheques pelo correio, enquanto o Ricardo providenciou a transferência dos documentos para a lacração.
Por esse lado foi bom, pois vou pegar a moto regularizada.

O Ricardo já providenciou a vistoria da moto e todos os tramites para que as coisas se resolvam até o próximo fim-de-semana.

Sábado, 15 de outubro de 2005:

Estou de saída para Ourinhos para buscar a SS125.
A documentação ainda vai demorar uns 10 dias mas, o despachante "Enrique" garantiu que a delegacia pode enviar uma autorização para que ela seja lacrada por aqui.

Sendo assim, por que esperar mais? Fui !!!

O dia amanheceu chuvoso mas, desde as 4hs da manhã, já estava acordado...
Consegui sair de casa à 6:30hs. Carreta atrelada e tanque cheio, rumo a Ourinhos.
Aí, já eram 7:00hs quando ganhei estrada.

Cheguei à capital paulista às 7:45 e, às 8:00, acreditem, já estava na cabeceira da  Rodovia Castello Branco !!!

Passando pelo trevo de Avecuia (cidade do interior paulista) o Sol abriu sorridente para o mundo, me acompanhando até Ourinhos, que situa-se próximo à divisa do Estado do Paraná.

Há 50 Km do término da Castello Branco me liga, pelo celular, o Ricardo, e acertamos o encontro próximo ao trevo de Ourinhos.
Chegando lá ele me aguardava no acostamento com sua belíssima Honda CB350 K4 (impecável) e seguimos para a cidade.

Muito hospitaleiros, Ricardo e família, me receberam com muito carinho e a conversa foi longa, regada à Brahma (de Agudos).

A moto, já tinha podido analisar por fotografias, tamanha a fartura de detalhes, nem todos mostrados nesta página, que me foram enviados anexados via e-mail.

Grande potencial para restaurar !!!

Sendo assim, após o delicioso almoço (uma, não, duas lasagnas maravilhosas), colocamos a SS na carreta e parti rumo à Santos!!!
Tive que sair que nem "cachorro magro", pois me aguardavam mais ~450km de volta e não queria chegar (muito) à noite em Santos...


A SS125 junto a outra raridade do Ricardo, a Monareta


O amigo Ricardo Simões e eu

Ensaiando os primeiros passos...


Preparando para o embarque


Ajeitando a moto na carreta


Abastecimento em Ourinhos para a viagem volta de 450km...
Fixação com 6 tirantes, a conselho do Ricardo !!! Super firme !!!

 

A viagem foi boa e, chegamos em segurança !!!

Agora, depois de tomar um fôlego, vou começar, bem calmamente, a completar mais esse sonho...

Obrigado, Ricardo, por permitir que isso acontecesse...


07/11/2005:

Dessa vez vou tentar fazer o procedimento de restauração de outra forma, acredito da maneira correta, agora...

Antes de "começar pelo acabamento", isto é, desmontar tudo, pintar e começar a montagem, vou primeiramente fazer os ajustes, suportes, etc.. tentando não ter nenhuma surpresa quando estiver na montagem definitiva.

Pelo menos posso testar a moto antes de desmontar novamente, pois acertar detalhes é extremamente demorado...

Sendo assim, vou, em primeiro lugar deixando ela funcionando substituindo, somente, componentes que estejam em más condições.

Levei a moto para a "Troka&Troka" e o Dorival (chefe da oficina), que já teve um exemplar desses na época,  pegou a moto das minhas mãos e tanto fez que ela funcionou, em menos de uma hora...

Segundo o Dorival, ele, na época das corridas oficiais nas ruas de Santos, preferia  a SS125A às CB125K2, por causa da carburação que é simples (um só carburador para dois cilindros) na SS, facilitando o acerto da calibração.

Notamos que ele estava "fumando" bastante e resolvemos abrir o motor para ver como estava.
Os pistões eram STD e o virabrequim estava com folga mínima.


motor aberto pelo Dorival

 

Achamos um jogo de pistões 0.50 na loja Macedônio, em Santos e os anéis no Victor Motopeças, em São Paulo.


jogo de pistões 0.50 na Loja "Macedônio", em Santos


anéis originais na Victor Motopeças

 

Achei também, um jogo de escapamentos muito parecidos com os originais que devem ter sido feitos para reposição na CB400 nacional.
Porém casou direitinho com a SS125 e vai ficar até que eu consiga os originais a bom
preço.


detalhe do escapamento garimpado em São Paulo

 

Os suportes dos escapamentos da SS125A, são com fixação por baixo, em dois suportes de cada lado, no chassis da moto.
Como o escapamento que comprei é feito para suporte convencional, ou seja, com dois parafusos fixos na parte interna do cone para fixação na a peça triangular que é fixada no eixo da balança traseira, tive que retirar os suportes soldados do que restou dos cones originais e vou achar um jeito de fixá-los no novo.


retiramos os suportes do que restou do escapamento original


o suporte esquerdo, já retirado do escape antigo


suporte direito


estudando o layout de montagem

 

Como achei, no Macedônio, um guidon semelhante ao original, para minha Gilera Giubileo, retirei o que estava nela (tipo Honda Twister) e, como ele se assemelha bastante com o original da SS, instalei nela.
Gostei do resultado.


com o guidon tipo Twister instalado

 

O motor está sendo fechado e os escapamentos vão ser acertados pelo Dorival.
O objetivo é que a moto já esteja em condições de estar funcionando no "Encontro Anual de Motocicletas Clássicas em Santos", que deverá ser, nesse ano, no dia 19/11.


05/12/2005:

Conforme planejado, estou preparando a moto para andar e solucionar os problemas que aparecerem, antes de desmontá-la novamente para pintar e acertar detalhes.

O Dorival (T&T) já montou o motor e, aproveitou, trocou válvulas, sedes e retentores pois não estavam 100%.

Acertamos os suportes do escapamento, fazendo um mix dos suportes originais, que foram recortados do escape anterior, com o escape novo, não original.

Ligamos a moto que funcionou satisfatoriamente e preparei-a para ir, no domingo de manhã, no "point" dos classicosmotociclistas de Santos (o Quiosque do Johnny no Embaré).

Chegando ao quiosque, depois de andar por mais de uma hora, em regime de amaciamento, o ruido das válvulas que aumentou e uma falha elétrica em um cilindro, foi o suficiente para me dar um susto.


A SS125A em condição de teste

 

Liguei para o amigo Eládio (Troka&Troka) que após acordar melhor, pegou sua Saveiro e foi nos buscar na orla...


socorro do amigo Eládio da Troka&Troka

 

Hoje, segunda feira, o Dorival (T&T) substituiu a vela e funcionou a moto de novo, justificando que as válvulas devem ficar, por enquanto, com uma folga grande, e assentando durante o amaciamento, devem folgar um pouco mais, quando deveremos traze-las para a regulagem correta.

Acho que foi excesso de zelo de minha parte...
Como, segundo ele, tudo vai bem, então, vamos continuar  o amaciamento.


11/02/2006:

Como achei que o ruído no cabeçote estava mais para uma Ducati que para uma Honda, desmontamos o cilindro, novamente, e verificamos que a folga do comando de válvula, nos mancais, estava excessiva.

Encaminhei, então, o cabeçote para o Jacaré, que há algum tempo atrás, acertou perfeitamente o cabeçote da minha Gilera Giubileo.
Vamos "embuchar" os mancais do comando e, aproveitar, "embuchar" também as roscas das velas que se encontram "adulteradas".

E, "já que" a moto estava parada, desmontamos a frente e encaminhei as bengalas para uma nova aplicação de cromo-duro.
Troco os retentores e aproveito, também para fazer o polimento das "canelas" de alumínio das bengalas e do cubo de freio dianteiro.


bengalas retiradas para cromo-duro, polimento nas canelas e substituição 
dos retentores


motor sem o cabeçote, que está com o Jacaré


canelas e cubo de freio da roda dianteira

 

Levei o conjunto de bengalas, pessoalmente à cidade de Cruzeiro, SP,  onde fica a empresa de cromeação e usinagem do Eduardo, que já me prestou alguns outros serviços com qualidade e preços honestos, e atende aos clientes do Luizão, de Volta Redonda, RJ, que foi quem o indicou para mim.

Em paralelo, fiquei mais ligado no "e-bay" e consegui comprar mais alguns detalhes que estava precisando, como um pinhão original de 13 dentes, os emblemas das laterais, os "pads" de borracha do tanque, uma nova tampa do reservatório de gasolina e o dificílimo para-lama dianteiro.


pads de borracha, ressecados


tampa do tanque com problemas de vedação

Peças compradas pela Internet:



fotos colhidas no www.ebay.com por ocasião do leilão

 

Como estava na região, aproveitei para ir ao encontro do pessoal do Rio, na Lagoa, no primeiro sábado do mês, nesse caso, do ano, pois era início de janeiro.

No caminho eu e o Luizão (V.R.), que me acompanhou, aproveitamos para visitar nosso amigo Ralf ("Moto Ralf"), em Duque de Caxias, RJ, onde aproveitamos para fazer algumas "comprinhas" para nossas clássicas.

Para a SS125 eu comprei um par de piscas dianteiros (Stanley) e um par de lentes plásticas.


piscas originais "Stanley" comprados na Moto-Ralf

 


14/04/2006:

Na primeira volta que dei com a SS125, além do ruído no cabeçote que está sendo resolvido pelo Jacaré, notei que durante uma subida em um aclive médio, o cilindro esquerdo "fumou" copiosamente.

A princípio julgamos que os anéis não estariam bem assentados.
Mas fiquei com essa cisma...

Conversei com o Jacaré e ele me aconselhou a medir o cilindro que foi retificado há uns 30km apenas, para 0.50 em uma retífica na região da "Esquina do Veneno".
Retiramos o cilindro na T&T e os levei para o Jacaré medir.


detalhe do motor já sem os cilindros

 

Batata... Foi mal retificado... Estava "ovalizado".
Conclusão: Vou ter que retificar, novamente, para 0.75 mas, dessa vez, vou deixar o Jacaré escolher uma retífica de sua confiança.


Os cilindros para serem medidos no Jacaré
O tensor da corrente de comando deve ter sido fabricado artesanalmente.
Vou substituir por um original.

 

Os pistões e anéis, precisei comprar pelo e-bay pois não os achei na medida que precisava por aqui.

As bengalas já foram cromadas (cromo-duro) e retificadas e ficaram muito boas a um custo honesto.
Quem fez o trabalho foi o Eng.Eduardo da TSM (012)3143-2667, em Cruzeiro, SP.
Eu recomendo.

Mandei polir o cubo dianteiro no Idiney, em Santos, SP, e estamos montando a roda na Macedônio, também em Santos, com um aro 1.4x17", na falta do original 1.6x17".
Mas, com o pneu 2.75x17"montado, o efeito visual fica bem parecido.


cubo de roda dianteiro polido pelo Idiney, em Santos

 

Vou usar o pneu Pirelli MT65 pois, alem de ser um excelente pneu, foi o único dianteiro na medida que preciso, que achei por aqui.
Curiosamente, na foto "objetivo", no topo da página, a motocicleta do Ben Hustley, USA, que nos enviou gentilmente essa foto, está também com esse pneu.

Recebi todas  as peças que tinha comprado pelo e-bay, com exceção do para-lama dianteiro.
Está demorando um pouco mais do normal...

Agora, estamos aguardando os pistões e anéis para dar prosseguimento à montagem do motor e ao amaciamento.


17/05/2007:

A roda dianteira foi montada com  aro 1.4"x17 e montado um pneu Pirelli MT65 2.75 x17".


roda dianteira

 

Chegaram os pistões e anéis 0.75 e o para-lama dianteiro compradas pelo e-bay.


peças compradas pelo e-bay

 


20/07/2006:

E, devagarzinho, vamos atualizando a SS125.
O Dorival (T&T) montou a frente, depois de uma série de desacertos, quando tivemos que fazer um reparo de solda de alumínio no suporte do para-lama e acertar uma pequena ovalização interna decorrente do calor...


frente montada.

 

A roda dianteira, com  aro 1.4"x 17"  , com um pneu Pirelli MT65 2.75" x 17" montado ficou com uma aparência semelhante à original, cujo aro é 1.6" x 17"

O para-lama dianteiro foi ajustado perfeitamente nos novos suportes da bengala.


durante o ajuste


ajuste realizado com sucesso

 

Agora é só esperar o cabeçote ser retrabalhado no Jacaré para poder fechar o motor e re-começar o amaciamento.


23/08/2006:

O Jacaré me entregou o cilindro, que foi retificado novamente (agora para 0.75), em uma retifica de sua confiança, e o cabeçote, que foi todo refeito, com novas buchas no comando de válvulas, e uma serie de retrabalhos, que o deixou praticamente "Okm".

O Dorival (T&T) montou na moto e aproveitei para colocar a nova relação de transmissão 15/42 (estava com 15/47).

Ha algum tempo atrás tinha comprado um pinhão de 13 dentes, por engano.
Apesar dele servir no eixo da SS125, deve ser do modelo CL125 Scrambler, que tem a relação mais reduzida que a SS125.


cilindro e cabeçote montados


terminando de instalar a transmissão correta
 

Terminada essa fase, testei a moto no fim-de-semana e ela mostrou sinais de que, em breve, teremos que "dar um trato" no virabrequim...
Mas ela pode amaciar o motor dessa forma mesmo, pois o ruído ainda é bem sutil.
Mas, de toda forma, já vou começar a juntar, devargazinho, as peças para o trabalho no vira.

Outro problema que notamos foi que, na montagem da suspensão dianteira, tivemos dificuldade em alinhar a roda com o guidon, o que poderia ser um sinal de mesa empenada.

Andando com a moto ela mostrou tendência forte a "caçar frango", o que vai resultar em uma nova desmontagem da suspensão dianteira, agora, com a retirada da mesa inferior com o eixo para verificar alinhamento.

Mas, isso faz parte do trabalho.
Testar tudo com bastante calma para não ter nenhuma surpresa depois de ser feita a pintura, polimentos e os retoques finais.


10/01/2007:

Retiramos a mesa inferior, que é solidária ao eixo da caixa de esferas, que estava bastante desalinhado.
Fizemos o alinhamento e montamos a frente novamente,  que ficou excelente.
Assunto resolvido !!!

Tenho tido problemas com a parte elétrica, onde o gerador está fornecendo menos de 6V, o que resulta, após algumas horas de uso da moto em uma pane por falta de corrente na bobina.

De início, pensamos que o problema pudesse ser ou nas bobinas do gerador ou no imã do magneto.
Por via das duvidas pedi a um amigo, o Fernando do Parí, que me emprestasse um magneto novo para testar.

Em paralelo, comecei a procurar com outros colecionadores e no e-bay por um chicote, que, com pequenas modificações, pode ser o da CB125 K5, que é mais recente que a SS125A.

Um amigo do Rio, o Kleber Klain, se prontificou a vender um exemplar novo, da reposição de sua moto, e aproveitou e me vendeu, também, um jogo de velas originais da SS, que ele tinha comprado por engano para sua K5.

Já que sabemos todos os pontos fracos da moto, podemos partir para a conclusão da restauração.

Resolvi, desmontá-la para a pintura e vou, também, trocar o centro do virabrequim, assim resolvemos essa parte, enquanto a moto ficar parada.

Coloquei a moto no elevador da Troka&Troka e o Paulinho (mecânico) e eu começamos o trabalho que se estendeu até a hora do almoço, quando a moto estava pronta para ser levada à pintura.


pronta para a desmontagem


Paulinho (T&T) e eu, começando o trabalho


retirando o motor, que deverá ser aberto para troca do eixo do virabrequim


notem o estilo "T-Bone" do quadro estampado


o quadro e os para-lamas deverão ser jateados


a saída de escapamento dos dois cilindros


notem a entrada para um único carburador


o pedal de partida deverá ser substituído por um original


as tampas laterais serão pintadas de prata e alguns detalhes serão
polidos ou cromados


a caixa do farol será substituída


o tanque deverá receber um tratamento especial, apesar de não estar vazando


as canelas das bengalas deverão ser polidas

 

Já comprei o eixo de apoio das bielas no virabrequim e vamos torcer para que as bielas estejam razoáveis, senão vou ter que sair garimpando bielas da CB125K5, que são as mesmas da SS.


21/05/2007:

Optei em trocar o virabrequim completo, pois achei um conjunto "0km" na Silverstone.
Como já tinha chegado a comprar o eixo de apoio do vira, as bielas e os roletes novos, vou colocá-los à venda no site, pelo preço que paguei no e-bay.


vira-brequim"0km" das Honda SS125A / CB125K / CD125 / CT125
peça comprada nova, na Silverstone.

 

Na semana passada as peças pintadas ficaram prontas e eu já comecei (desta vez lenta e calmamente) o  trabalho de remontagem, substituindo todos os parafusos e porcas danificados ou oxidados.

Eu escolhi para as peças em prata, o "prata flash", da linha VW (Golf), que foi "copiado" em tinta PU.
Para as peças em cor azul, optei pelo tom original da Yamaha YBR 125 mod. 2006, que é praticamente, o mesmo tom de azul da SS125 1969.

O pintor Toninho da oficina de pinturas "Boneca", aqui em Santos, fez uma verdadeira restauração no acabamento e na pintura, que, como sempre, ficou impecável.
Considero o Toninho um dos pintores mais detalhistas que conheço, sem explorar o bolso dos clientes.
Já pintei minha Honda S65 e minha Gilera Giubileo 175 com ele.


Detalhe do motor já fechado com o novo virabrequim, e com as tampas pintadas em prata.
Ao lado está o quadro pintado com o azul série da Yamaha YBR 125cc 2006.


A SS125A começando a ser remontada.

 


05/07/2007:

Instalamos, agora, o novo chicote ("0km") , comprado do amigo Kleber, do Rio, que é original da K5 (vou ter que fazer um pequeno acerto de roteiro para a chave de contacto).
Instalamos, também, a buzina "fom-fom" original 6V, comprada no e-bay.


detalhe da extremidade do chicote e da buzina "fom-fom"

 

Os amortecedores traseiros serão os originais ("Cofap") da CG125, com regulagem de carga de mola, que tem a mesma medida do original.
Por hora, vai rodar assim mesmo mas, posteriormente, vou adaptar o protetor da mola, que já está pintado na cor azul, ficando, assim, com o mesmo jeitão do original.


amortecedor traseiro esquerdo e do puxador cromado que, na foto, saiu meio amarelado, mas é reflexo, garanto.


vista lateral, onde pode-se ver o chicote e a suspensão traseira montada

 

O guidon escolhido foi o original da Turuna 1979, com a fiação dos punhos passando por dentro.
O original da SS125A é mais alto mas eu prefiro o da Turuna pois combina mais com o "look" esportivo da SS125A.


vista frontal mostrando o guidon esportivo da Turuna


detalhes do guidon de Turuna
reparem na lanterna traseira com suporte integral da placa

 


07/07/2007:

Hoje foi a vez de dar uma boa "lavada" interna (com gasolina) no tanque e montar as torneirinhas.
Isso porque, quando restaurei o tanque pedi para instalar mais um tubo rosqueado para mais uma torneira, já que originalmente a SS125A não tem compensador de nível.

Feito isso acertamos os novos coxins artesanais para permitir a montagem no quadro.


tanque já montado no quadro, após lavagem interna

 


24/07/2007:

Pesquisando na Internet e em antigos catálogos, notei que nos modelos na cor azul, a caixa do farol acompanhava a cor e nos modelos na cor vermelha, a caixa do farol era na cor prata e nos modelos na cor preta, as cores da caixa do farol se alternavam na cor preta ou prata.

Como, pessoalmente, prefiro a caixa do farol na cor prata, apesar de ir contra o lay-out oficial do modelo na cor azul, resolvi fazer de acordo com o meu gosto. Pintei na cor prata, acompanhando o tanque e os para-lamas.


Detalhe da caixa do farol na cor prata

 


02/09/2007:

Aos poucos a montagem vai sendo realizada, muuuuito calmamente, conforme havia planejado.
Recebi, semana passada, o velocímetro que comprei no e-bay (em milhas) para substituir o original (em km) que ficou danificado em função de um tombo da moto na carreta...

Ajustamos, também, o para-lama dianteiro e colocamos a lente da lanterna que estava, pacientemente, aguardando a sua vez de ser montada.


para-lama dianteiro e roda traseira montados


velocimetro comprado no e-bay


lente da lanterna traseira
detalhe da roda traseira com o cubo e a panela de freio polidos
(pode não ser original, mas tenho fixação em cubos polidos e, se possível, raios cromados, o que não é o caso nesta restauração)


17/10/2007:

Mais alguns detalhes na restauração da SS125.
 


punhos, emblemas do tanque, farol e setas dianteiras montados


detalhe do conjunto óptico


vista superior com as setas e aro do farol

 


04/12/2007:

Já restauramos o sistema de filtro de ar com novo elemento e começamos o ajuste dos suportes de escapamento e pedaleiras.

 

detalhe do sistema de filtro do ar no centro do quadro estampado


ajuste dos suportes dos escapamentos

 


23/04/2008:

Após alguns meses sem reportar as mudanças na evolução da restauração da SS125A, irei, aos poucos, relatando o que foi feito desde o começo do ano:

Já colocamos os escapamentos com as curvas originais cromadas no Schnyder e com as flanges haletadas duramente garimpadas no e-bay.

Acertamos o suporte dos piscas traseiros e tentei dar "um tapa" no velho pedal de freio, pintando com tinta prateada mas a pintura não ficou boa e o pedal estava muito empenado...
Experimentei uma infinidade de pedais nacionais e importados da época, que garimpei na loja "Macedonio" em Santos, mas... nada...

Então... e-bay, de novo...

 


curvas de escapamento cromadas


suporte dos piscas traseiros


tentativa de restauração do pedal de freio

 


28/04/2008:

Demos continuidade aos trabalhos que deverão estar concluídos para o próximo encontro no Pátio do Colégio, dia 06 de julho.

- Os amortecedores nacionais ganharam as capas originais.
- Foi comprada no e-bay o conjunto chave de contacto original SS125/CT125.
- Instalamos as borrachas de apoio dos joelhos no tanque de combustível.
- Comprei um pedal de freio novinho "0km" no e-bay.
- Colocamos a tampa da bomba de óleo, que faltava um "o-ring", e pudemos fazer o primeiro enchimento de óleo no "novo" motor.
- Fizemos também o primeiro enchimento de gasolina no tanque para checar as ligações das torneirinhas.
- Foi instalado um carburador novo da CG150 que veste perfeitamente no local, e o original foi guardado com todo cuidado.

O pedal de partida ainda está em processo de restauração, pois está sendo muito difícil achar um novo ou por aqui ou pela internet.

O banco está com o Mário, na Recar, sendo restaurado na base no "recheio" e instalando uma nova capa , cópia fiel da original.

A parte elétrica deverá ser ligada em seguida, pois recebemos a nova bateria, adquirida pelo e-bay, de 6V e 12Ah.
 


vista lateral - detalhe das capas dos amortecedores traseiros e borrachas do tanque de gasolina.


detalhe do conjunto chave de contacto novo e o parafuso de fixação da lateral esquerda.


detalhe do novo pedal de freio e da tampa da bomba de óleo.


primeiro enchimento de óleo no cárter e transmissão


primeiro enchimento de gasolina.
detalhe do carburador da CG150.

 


14/06/2008:

Sábado de manhã...
Uma semana antes, o Mario da Recar me avisa que o banco está pronto. É a última etapa para que a moto possa andar e garantir a presença no Encontro do Pátio do Colégio, neste ano.
Na 6ª feira eu ainda não tinha achado um jeito de ir buscar o banco e terminar a moto no mesmo dia, até que o Eládio, da Troka&Troka, me deu a idéia de mandar um Moto-Boy ir buscá-lo, o que seria mais rápido e mais barato do que me locomover à SP de carro...

Pois bem, no sábado de manhã, o ambiente na Troka&Troka era de festa...
Após um ano e meio parada e após 3 anos da compra, seria, neste sábado, o dia "D" da SS125A. O dia em que seria decretado o fim (nunca, na realidade é o fim....) da restauração, sendo considerado o objetivo inicial alcançado.

Lá pelas 10hs. o banco chegou... Grande Mário Japa !!!! Pra variar, ficou perfeito !!!!!
 


Eládio, mostrando o capricho do Mario da Recar


detalhe da perfeição do banco da SS125.
A capa foi importada mas o restante, base e recheio, foi totalmente refeito.

 

Após longo período acertando a parte elétrica o Dorival deu "alta" na SS deixando-a com sua novíssima bateria 6V 12Ah gerenciando todo o sistema elétrico que funciona, agora, com perfeição.


Dorival checkando os detalhes finais antes da "alta"
 

Montamos, então, o tanque e o banco, e a SS125 ficou com cara de "0km", do jeito que sonhávamos...
Chave de contacto ligada, uma buzinadinha "fom-fom" e uma leve pedalada no kick, e o bicilindrico de 125cc pegou mantendo uma marcha-lenta digna das melhores motos novas.


lateral que apóia a "enorme" bateria de 6V 12Ah.


Após 3 anos de espera, ressurge, como nova, a Honda SS125A 1969


A SS125A já ocupando seu lugar junto às outras clássicas em condições de uso na Troka&Troka.

 

Motor ligado, só nos restou andarmos com ela e acertarmos os detalhes que, só andando, é que se percebe.


Eládio sentindo a emoção de pilotar uma moto que já foi cliente de sua oficina por três anos!!!


Todos que participaram tiveram direito a uma voltinha ! E eu fui o primeiro, "craro" !

 

E é com satisfação que, apesar de faltarem alguns pequenos detalhes, declaro o objetivo desta restauração, alcançado !!!


Objetivo alcançado !